'Blogando' no trânsito
Sempre que estou dirigindo tenho vontade de escrever. Fico refletindo no trânsito. Penso em coisas, pessoas, comportamentos, eventos, livros, idéias...
Às vezes me lembro do texto e, chegando em casa, escrevo.
Outras, fico com aquilo só pra mim.
Indo e vindo de casa... Indo à algum lugar, estou sempre pensando no cotidiano da gente. E sinto desejo de escrever nos lugares mais imprevisíveis.
Acho que me lembro um pouco do texto de hoje:
Aqui a cidade é pequena. Apenas 180.000 habitantes. Provavelmente isso. Mas o trânsito é, creiam, caótico.
Não entendo. A impressão que tenho é que cada morador possui carros ou, especialmente, motos. Muitas motos.
Chaga a ser engraçado.
O sinal se fecha e os quinze segundos naturais da espera são suficientes para abarcar dezenas de motoqueiros à sua volta que ficam afoitos para te vencer em velocidade e espaço.
É como se fossem, sem querer ofender, um monte de mosca em comida destampada. Lembram esses insetos mesmo por serem na maioria escuros e lembrarem uma certa leveza.
Eu, antes de alguém me taxar de preconceituosa e elitista, gosto muito de motos. Gosto de passear nelas!
Mas voltando ao assunto...o do trânsito: hoje eu vi um culto à Deus na hora do pico, ao meio-dia, no centro, aqui.
Um motorista, numa pista dupla meio desorganizada, parou repentinamente seu veículo e pôs a mão para fora, pedindo aos motorizados seguintes que também fizessem o mesmo.
Quase não deu para brecar meu carro a tempo. Confesso que não entendi e numa hora dessas vocês logo desconfia que aconteceu algo à frente.
Eram duas mulheres e um homem conhecidos meus, com um bebê recém-nascido nos braços atravessando a rua.
Aquela hora, tão simples e rica, todo mundo parou.
Parou para a vida passar.
Não sei o nome daquele motorista tão gentil. Só fico pensando que Deus deve ter sorrido para ele naquele momento.
Isso é que é agrado.
Parabéns, motorista humano!
Obs.: Quem tiver aí uma foto que condiga com o trânsito atual dessa cidade, por favor, mande para mim!
1 Comentários:
Que maravilhoso Ieda. Ser capaz de reconhecer Deus nas paradas bruscas do trânsito da vida, e não apenas nos momentos em que a alegria segue em frente, é um sinal de intimidade. É como olhar para uma multidão de desconhecidos e sorrir de volta para um rosto amigo. Continue assim, reconhecendo a presença revelada D'Ele na sua vida, mesmo nos dias em que o trânsito pareceu parar. Um xêro.
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