segunda-feira, 26 de junho de 2006

Imprensa e Julgamento de Valor




Ainda estava numa das minhas licenciaturas quando começamos a pensar sobre a diferença entre lixo informativo e notícias de valor para o bem comum.

Claro que é necessário que se tenha uma certa tolerância quanto aos equívocos e muitos erros de português que cometem as pessoas ligadas à imprensa escrita e falada daqui de Jequié: estamos quase no fim do mundo, numa cidade pobre do interior da Bahia. Nordeste. Brasil. Sul da América.
Podemos ser medíocres e falar ou escrever mal? Até que sim. Temos nosso contexto. Embora a academia grite que não é admissível que o profissional da língua erre tanto.
Mas o que não me permite continuar calada é o julgamento de valor realizado em minha cidade como se o locutor, o repórter, o comentarista da imprensa possuísse amplo conhecimento e vasta leitura acerca dos diferentes fatos ocorridos. Ou dos que nem sequer ocorreram. Isso, não, minha gente! Não posso tolerar!
Dia desses resolvi ouvir um pouco de uma de nossas FM's daqui. Era um programa 'jornalístico'. E o locutor falou que Fidel Castro havia afirmado que Cuba seria o lugar mais seguro do mundo para se morar. O locutor falou e riu. Em plenas gargalhadas. Uma coisa deplorável.
Estamos num País dito democrático. Penso que podemos questionar uma democracia em que se fala o que se quer - tem-se plena liberdade de expressão - mas não se tem um povo devidamente alfabetizado e educado.
Democracia sem educação não é democracia.
Além do mais, mesmo não sendo do ramo do jornalismo eu imagino que deva haver por lá, por sua legislação, algo ligado à Ética. Esta, necessária em qualquer espaço humano.
Pois bem. Também deve haver por lá algo próximo da tão famosa neutralidade. Se não, que seja obrigatório!
Pedrinho Guareschi já havia se pronunciado sobre o assunto em alguns espaços de reflexão, especialmente também em seu livro Sociologia Crítica (vale a pena dar uma lida!).
Tudo bem que ser neutro é humanamente impossível. Nunca estamos isentos de gostar ou não gostar de branco.
A risada grotesca daquele jornalista de quem nem sei o nome - e pretendo não saber mesmo pois detesto ter raiva das pessoas - ainda soa desgraçadamente em meus ouvidos.


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