Bebidas Gaseificadas e fermentadas...
Eu não vou comentar sobre o mal que as bebidas gaseificadas e fermentadas (principalmente as pretinhas - de quem não devemos mencionar o nome) nos fazem.
Nem gosto de pensar que uma coisa tão saborosa possa desentupir pias, limpar tanque de gasolina ou coisas assim: Joe me mataria se eu “blogasse” contra a "bebida dos deuses”, sua necessidade diária. Rs.
Outro dia recebi, lá no trabalho, a visita de um empresário que industrializa a saudosa Tubaína.
Você se lembra disso? Hum... Que delícia!
Bebíamos Tubaína quando nossos pais não tinham dinheiro (e agora têm?) para comprarem as outras bebidas dominicais.
Tubaína era a bebida das festinhas, das comemorações. Dos encontros familiares quando não podíamos comprar outras marcas.
O empresário me convidou a pensar que só se vende Tubaína hoje em dia nos barzinhos periféricos da cidade e que ninguém a solicita porque isso apontaria pouco status social. Ou seja: seria uma “humilhação”. Até mesmo as outras bebidas alternativas – além das que aparecem na grande mídia – são rejeitadas pela maioria das pessoas.
Babau do Pandeiro, em sua música “Cassaco Com A Coca-Cola No Saco” , prenuncia, num modo particularmente cearense, como bom nordestino que é, esse fato: beber o líquido famoso promove nas pessoas um certo ar de ascensão social, uma falsa sensação de poder.
Veja a letra:
“Vocês tão vendo aquele Cassaco com a Coca-Cola no Saco?
Ele em pé parecido um macaco
Eu quero tomar muita Coca-Cola nesse carnaval
E Vou dançar dentro do municipal.”
E fiquei refletindo sobre isso o resto do dia.
Imagine!
Adultos não conseguem resistir às imposições da grande mídia. Considerem crianças e adolescentes... Quanta força e maturidade teriam de possuir para afirmarem suas preferências pessoais, se elas não estiverem de acordo com a força dominante!
Ouvi o manifesto da imprensa outro dia num dos nossos horários nobres onde eles (profissionais da informação) cobravam dos poderes públicos maiores e mais eficazes ações contra a violência. Gosto da leitura feita pelo Observatório da Imprensa sobre o assunto.
Eu penso que se a televisão cumprisse sua obrigação de educar para o bem e pela não-violência, as coisas, em nosso País, estariam andando por outro caminho.
Em Entre a Ciência e a Sapiência o professor Rubem Alves pontua isso quando encaminha cartas ao dono da maior emissora de TV do País e, infelizmente, nunca contou com uma resposta nem por escrito, muito menos por ações do mesmo.
Nossa economia, nossa educação, nosso povo vive mal. Eu ainda compreendo que poderíamos fazer algo para mudar este estado de coisas com pequenas ações de conscientização e atuações genuinamente populares a fim de assumirmos nossa própria identidade, conquistarmos um espaço melhor de qualidade de vida, longe do apelo consumista que tanto nos assola.
Eu quero provar de novo a Tubaína! E não quero ter de me envergonhar por isso.
1 Comentários:
A autora do texto mora onde? E faz quantos anos que essa tubaína era popular? Com 27 anos de idade, nunca vi falar nisso.
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