quarta-feira, 27 de setembro de 2006

Amor

Há categorias de conceituação filosófica que me levam à profunda reflexão: morte, imortalidade, forma e conteúdo, qualidade e quantidade, lugar, não-lugar, felicidade, amor, ódio etc.

Passei pelos escritos de Sócrates e seu discípulo Platão; Jesus Cristo, seus discípulos e livros teológicos. Paulo Freire; Espinosa o filósofo da Alegria. Vi também alguns contos espirituais do Tostói e tantos outros.

Uma nota fica, entretanto, fixa em minha memória: o Amor está além de qualquer conteúdo. Posiciona-se num espaço de excelência e, embora já o tenham tentado definir de variadas formas, ele continua além da nossa “vã filosofia”, como diria Shakespeare, em Hamlet.

O Pastor Flordenísio de Almeida Sampaio nos brindou outro dia desses com uma mensagem que contrastava ódio e amor, fazendo prevalecer o mais sublime deles. E iniciou questionando acerca da gravidade de se aplacar ódio com ódio. Pensando assim: quão sublime seria conseguir destruir meus inimigos transformando-os em meus amigos. E seguiu adiante: “aplacar ódio com ódio escurecerá ainda mais uma noite já sem estrelas”.

O que levou Hitler a provocar o holocausto quatro milhões de Judeus? A afirmação científica de que havia desigualdade entre os homens e que os Alemães seriam o melhor povo existente e dali, da Alemanha, surgiria um mundo melhor. Esta idéia tinha base científica em “A Origem das Espécies”, de Charles Darwin, que demonstrava que as espécies não são imutáveis e que evoluem gradualmente a partir de um antepassado comum à medida que os indivíduos mais aptos vivem mais e deixam mais descendentes. Além disso, Hitler se apoiava na ilusão de que os alemães possuíam uma beleza superior; também o nazismo se firmava num profundo amor (amor?) à pátria e no sentimento de racionalismo próprio da modernidade. Em outras palavras: desamor. O ódio pelos judeus e ciganos levou Hitler a cometer os desmandos de Auchewitz..

Napoleão Bonaparte certa vez pontuou que ele havia conseguido dominar quase todo o mundo por suas conquistas. Ele e Alexandre, o Grande, apoiaram grandes impérios à base da força e do ódio. Mas o conquistador segue afirmando: Jesus conseguiu vencer e montar seu reinado pelo amor. Por sua causa pessoas se dispõem a morrer e a viver até hoje.

A mensagem de Cristo era: “vocês já ouviram dizer: amem seus amigos. Eu, porém, lhes digo: amem seus inimigos!”

E eu fico aqui pensando: e quando não conseguimos amar nem a quem está perto, a quem é nosso amigo, a nossa própria família?

Precisamos rever nossa humanidade.

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