Mais mulheres que homens?
Este mês se comemora o dia internacional da mulher.
Houve, de forma justa, muitas homenagens, flores, recadinhos, eventos, festa nesse dia.
Concordo plenamente que ser mulher é ter particularidades que inspiram ao mais rigoroso e poético dos românticos. Leveza, doçura, firmeza, maternidade.
Porém algo me intriga, especialmente quando estou em roda de amigos.
Os homens costumam se vangloriar afirmando que têm a mulher que desejarem à hora que quiserem. E eu sempre fico observando atentamente cada uma das suas afirmações machistas.
O argumento é, quase sempre, o mesmo: há menos homens que mulheres e já que estas não podem ficar sozinhas, basta uma cantada de leve e já se consegue o peixe fácil, fácil.
Dia desses intriguei um grupo de profissionais afirmando que, neste caso também, quantidade não significa qualidade. E que realmente é fácil conseguir ter nas mãos mulheres do tipo que eles têm comumente.
Parece machista meu posicionamento. Pode parecer. Mas aquele grupo ficou envergonhado e concordou comigo: o tipo de pessoa que conseguem facilmente não os satisfaz e, por isso, ficam fazendo experimentos aqui e ali, além de contarem com a amarga experiência das intermináveis comparações. Isso significa que estarão, a partir de cada novo contato, mais exigente, menos felizes.
Eu não estou, com isso, afirmando que de um modo geral as mulheres não valham muito. Ao contrário, quero defender a idéia de que comumente não se dão o devido valor.
Há indicações contrárias na sociedade mas ainda acredito que valores como auto-estima, verdade, beleza interior, riqueza intelectual, saúde emocional façam muita diferença nas pessoas nestes dias, como sempre foi.
Emancipação financeira dá à mulher uma certa desenvoltura, mas seu caráter pode ser moldado por outras vias que não necessitam necessariamente de dinheiro.
Firmeza emocional e leveza no jeito de ser também são itens imprescindíveis à formação de uma mulher amplamente segura de si. Esta pessoa será uma ótima companheira e, por certo, os homens a desejarão.
Desprezar toda e qualquer forma de preconceito, de grosseria também pontua um bom diferencial feminino.
Acredito que ser dona de si, saber o que quer, compreender que ela mesma pode mudar (e várias vezes) o rumo de sua própria história dá à mulher um toque de singularidade. Esta mulher não se subordinará a situações de infidelidade, constrangimento e/ou violência masculinas.
Sentimento de plenitude pessoal é algo que se conquista, muitas vezes e de muitas maneiras. Sobremodo em meio à dor. Mas é conquista diária da qual não se pode cansar.
Homens têm medo de mulheres assim. No entanto, contraditoriamente, preferem mulheres que andem sozinhas. Um homem raramente tem coragem de se aproximar de uma mulher que esteja num grupo de outras mulheres.
Estar sozinha fortalece nela a idéia de que ela mesma pode se satisfazer em vários aspectos. Necessariamente seu par chegará perto para compartilhar de uma felicidade já existente; não para fazê-la feliz.
Uma mulher que se reconheça e se respeite é conquistada por um custo de excelência.
Feliz o homem que estiver ao seu lado.
Eu, particularmente, ainda acredito que há poucas 'mulheres' no mundo.Marcadores: feminilidade, mulher
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