Pés na Terra; olhos no universo.
Ontem vimos uma interessante reportagem sobre meteoros e sobre a possibilidade de a Terra ser destruída por uma colisão com asteróides de um ou dois quilômetros de diâmetro em breve.
Segundo o programa da TVE, a estrutura do asteróide definirá o tipo de estudo que se faz para evitar que o meteoro provoque uma catástrofe sem igual no nosso Planeta.
Por exemplo, se o meteoro for composto de uma estrutura rochosa e densa, como nos filmes de Hollywood (Armagedon, por exemplo), poderá ser destruído com bombas atômicas imensas inseridas em seu interior, mas correremos o risco de sermos atingidos por uma tão grande chuva de pedras de fogo que não sobreviveríamos.
Uma outra alternativa que teríamos de evitar o choque entre o meteoro e a Terra, perpetuando-a assim, seria provocar uma explosão próxima ao meteoro. O campo produzido pela explosão forçaria o meteoro a se afastar um pouco da sua rota e, assim, estaríamos livres.
Mas se o asteróide for poroso? Essa tese não se aplicaria.
Conhecemos várias curiosidades a respeito desses objetos espaciais e suas particularidades.
Mas uma coisa me chamou a atenção: toda vez que se fala algo sobre essas descobertas e/ou formas de nos protegermos sobre tal evento há tanta descrença no meio científico que os sérios cientistas divulgadores desses critérios são considerados como loucos infantis e irresponsáveis, até que se prove o contrário.
Por exemplo, um deles precisou demonstrar ao vivo uma real colisão de um meteoro em Júpiter. Antes disso esse estudioso sofreu com as piadinhas de seus colegas quando afirmava que o fato poderia ocorrer com o Planeta Terra.
Depois outro tentou explicar que poderia enviar ao espaço uma engenhoca que, como um espelho, aquecesse um dos lados do possível asteróide que destruiria a Terra, afastando-o, assim, um pouco da sua rota.
Este último cientista também foi ridicularizado e todos buscaram refutar sua tese afirmando não haver nela nenhum sentido. Vale ressaltar que, em meio aos colegas de terno e gravata ele sempre aparece de camisetas e chapéu. Barbas, também, por fazer. É considerado como um estranho numa comunidade de intelectuais.
Estranho que sinaliza possibilidades e se firma, com o tempo, como verdadeiro em suas convicções.
Pouco depois de ter sido desprezado por seus colegas uma outra equipe de cientistas, outra equipe entra em contato com ele e afirma que sua descoberta já existia e estava em teste no espaço.
Parece curioso que todo novo invento ou nova descoberta desperte tanta rejeição mesmo entre pessoas tão esclarecidas e que deveriam estar preparadas, sempre, para o novo.
Há uma grande resistência no meio intelectual quando alguém se arvora com novas e diferentes afirmações.
Cientistas de vários países buscam a cada dia novas alternativas para tentar evitar o pior.
Enquanto isso nós, meros mortais, ficamos aqui no nosso cantinho observando que Vinícius de Moraes estava correto quando dizia que é das águas mais turvas que surgem as pérolas mais preciosas.
Também verificamos quão pequenos somos e não podemos adicionar um dia sequer à nossa tão efêmera existência. Mas mesmo assim ela pode ser vivida com alegria, persistência e graça.
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