Inteligência Emocional II
Daniel Goleman, em seu livro Inteligência Emocional, prenuncia que possuímos dois tipos de mente: a mente emocional e a mente racional.
Quando estamos apaixonados, enamorados, é a mente emocional que entra em ação. E as ações motivadas pela emoção são quase sempre imediatas, exageradas, desmedidas. Agimos “pelo coração”. Os olhinhos brilhantes por alguém podem indicar que palavras e ações estão numa atmosfera tão romântica, leve e agradável de sentir que lá se foi nossa capacidade de criticar, de pensar, de rever ou falar racionalmente sobre a relação, sobre o presente ou sobre o futuro. Tudo é cor de rosa. Estamos no famoso mar de rosas e nossos pés mal tocam o chão.
Quem não já sofreu consequências de decisões tomadas a partir de um ímpeto, de um momento de grande alegria e/ou paixão? Geralmente o arrependimento chega, de igual modo, rapidamente, quando chega a razão. Quando paramos para pensar: “Puxa vida! Eu poderia resolver aquilo de outra maneira”. Ou: “Bem que eu poderia ter considerado a posição dos outros.” Ou ainda: “Onde é que eu estava com a cabeça?”
A mente emocional é mais rápida que a mente racional. Quem age sem pensar fatalmente tende a agir imaturamente, de forma prematura, não calculada, desenfreada. É muito comum que as ações imediatas sejam traduzidas em erros. É possível que o que dizemos sem pensar nos dê prejuízos assim como é possível que o que fazemos sem pensar direito possa nos afundar naquele mesmo “mar de rosas.”
As emoções estariam a nosso favor na luta pela sobrevivência. Quando precisamos de resoluções rápidas, urgentes. Quando a decisão, por exemplo, precisa ser naquele exato momento. Como a mãe que, curiosamente, encontrou forças para tirar sua criança da boca do jacaré. Imediatamente, o que lhe sobreveio como força sobrenatural para enfrentar tão feroz animal foi, de fato, o instinto de sobrevivência, o amor pelo filho, a força emocional. Se ela tivesse parado racionalmente para pensar, teria concluído que não teria forças para proteger seu filho e a vida viria a cabo.
De um modo geral, temos tempo para pensar, para calcular, para raciocinar. No trabalho, em casa, profissionalmente. No projeto para o futuro. Até na observação sobre o amor. Talvez até sobre quem será nosso/a futuro/a companheiro/a. Quem sabe? A vida, embora urgente em muitos casos, nos dá tempo para as grandes decisões. Para os maiores planos. E é mais interessante pensar e agir racionalmente do que “enfiar os pés pela cabeça” e entortar todo o destino da sua história pessoal.
As emoções são geradas a partir do pensamento. O pensamento gera um sentimento que gera uma emoção. Ora, se posso pensar criativamente e a meu favor, posso alimentar sentimentos que me favoreçam e terei, assim, emoções apropriadas e/ou adequadas. Ninguém pode saber que tipo de emoção sentirá em determinada situação, mas pode moldar seu pensamento, constantemente, a fim de que sua qualidade de vida e sua saúde mental estejam garantidas.
Pensar sempre coisas boas, por exemplo, treinar a mente para ver sempre o melhor em cada situação, abrirá caminho para experimentos agradáveis no curso da vida. Esse tipo de pensamento e lógica servirá para produzir bons sentimentos e, consequentemente, boas emoções.
O ideal é que razão e emoção estejam conjuntamente presentes no curso de nossa existência. Que sejam bem dosados. Que dêem gosto ao viver. A sabedoria diz que os extremos não são bons. É sensato viver equilibradamente em todos os aspectos. Quem é inteligente emocionalmente sabe que pode usar suas emoções a seu favor e ganhar muito com isso. E mesmo que esteja apaixonada, essa pessoa saberá dosar as atitudes, as palavras, o jeito de ser, pensar e agir.
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Marcadores: Inteligência Emocional, Psicanálise Clínica
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